Empatia…
Depois do diagnóstico do Pedro, minha maneira de ver e viver a vida mudou bastante !
Passar muito tempo com ele na UTI , fez com que eu conhecesse muitas mães com situações semelhantes… e tenho contato com muitas até hoje.
Outras, as próprias fisioterapeutas, enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicas que acompanham a rotina do Pedro pelo meu facebook, ou lembram da gente, acabam comentando sobre nós quando conhecem alguma mãe nas UTI’s espalhadas por esse Brasil, e hoje tenho muitas mães que mantenho contato e histórias inúmeras ….emocionantes que gostaria de poder contar.
Sou do tipo que gosta de conhecer pessoas novas, de me comunicar, e apesar de dedicar muito do meu tempo para o Pedro, sempre dedico um tempo para as mães que vivem realidades parecidas com a minha.
Algumas, conheço pessoalmente.Tive a oportunidade de sair do mundo virtual e entrar no mundo real.E isso é muito bom! #nemtodomundopensaassim (risos)
Outras, não tive a oportunidade de conhecer ainda, não moram em São Paulo….. Estão em Ribeirão Preto, Araçatuba, Florianópolis, Goiânia…. Limeira….Atibaia….etc…. mas são mães que tenho afinidade, carinho, conversamos sempre e sempre digo que gostaria muito que elas estivessem perto de mim.Já brinquei muitas vezes dizendo que poderíamos morar todas no mesmo bairro, numa espécie de Vila….porque sou “antiga”….e na minha época não se usava o termo Condomínio Fechado…..(risos).
É muito bom poder conviver com essas famílias porque falamos a “mesma língua”.Home Care ,plantão aberto ,secreção fluida ,traqueo, dieta, fisio ,material que não veio…. e por aí vai.
Claro que nossas vidas não se resumem a isso.
Temos nossas famílias, outros amigos….. (alguns é bem verdade que acabamos praticamente perdendo o contato), mas os verdadeiros amigos sempre estão por perto de uma forma ou de outra….
E é tão bom quando encontramos os amigos de “antes do Pedro”….que ficaram depois do Pedro. Falo dessa forma porque o Pedro é um “divisor de águas”, um “marco”…..um “rompante” …. um “antes e depois”….
A gente precisa falar dos assuntos de antes, de hoje…..de sempre! Aqueles sobre quem éramos e mais os de hoje,sobre quem nos tornamos.Seja com filhos, sem filhos.Empregados ou desempregados.Doentes ou com saúde.OPS!!! Aí a coisa pega !
Ninguém gosta de cuidar de gente doente! De falar de doença ! E muito menos de ficar doente!
Mas, aviso aos navegantes: Doença é uma coisa que pode acontecer com você, com um ente muuuuito querido. E eu não estou rogando praga! Estou falando sobre o que vejo e o que vivo há 6 anos com a pessoa que mais amo nesse mundo! Meu filho Pedro.
Aliás,vou dizer uma coisa. Tudo que falo aqui, não são coisas que estudei, não é teoria. São relatos do que eu vivo.
Hoje em dia virou moda textos de “como lidar com emoção tal”, “como ser feliz fazendo “x”, e eu acho muito positivo tudo isso, mas acho também que algumas coisas que as pessoas procuram lendo, ou vendo vídeos, talvez elas só encontrem quando conseguirem saber o verdadeiro significado da EMPATIA !!! Isso mudaria muita coisa no mundo !
Gente, resolvi escrever sobre isso, motivada por um jantar que fomos na casa de uma “mãe amiga”, com um outro casal também, e lá falamos sobre tudo.Nossos filhos tem idades diferentes, diagnósticos diferentes, não as conhecia pessoalmente….. foi a oportunidade e foi uma noite muito agradável.
Num determinado momento, os três casais reunidos na mesa, e o assunto virou um só: FALTA DE EMPATIA DAS PESSOAS.
Quando se tem um problema muito sério, filhos com doenças graves, muitas vezes surge uma “competição” de quem sofre mais. Você fala que seu filho ficou tanto tempo no hospital, o outro vem e fala que o dele ficou menos, mas a doença é mais grave.A outra fala que o filho nasceu assim, que a doença piora a cada dia….mas vem uma outra mãe que diz que o dela é pior porque nasceu saudável e por causa de um erro médico, ficou doente.E isso vira uma coisa maluca.Sem pé, nem cabeça.Falamos sobre isso e sobre o quanto isso é chato,desagradável….
Comentei sobre o meu ponto de vista.
E hoje,resolvi escrever….
Gente! Qual é a pior dor do mundo?
A pior dor do mundo é a nossa?
É a dor do outro?
Vou deixar uma frase que eu AMO, para que possamos refletir.
” Não existe nada mais pesado que a compaixão.Mesmo nossa própria dor não é tão pesada quanto a dor co-sentida com outro, por outro, no lugar de outro, multiplicada pela imaginação, prolongada por centena de ecos.” KUNDERA
Beijos,
Grazi *
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