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VI VER – Pensar sobre viver e as circunstâncias que nos fazem reconhecer o estado de estar vivo.
Vi Ver
Normalmente procuro conhecer o sentido e a etimologia da palavra. Isto, por vezes, dá
sentido e alinhamento ao que penso e escrevo. Porém, nessa oportunidade, além de não me
interessar inicialmente, fiz questão de não pesquisar a origem da palavra viver.
Do nada comecei a pensar sobre viver e as circunstâncias que nos fazem reconhecer o
estado de estar vivo e, ainda, a condição que nos leva a querer o adiante, o porvir que se espera
estar assegurado nas nossas mãos, ou ao menos parcialmente, pela forma como traçamos a
nossa vida.
Viver é um verbo no infinitivo por estar em seu estado natural, e que se faz no presente
e projeta o futuro, assim como o ver. Mas, ao refletir sobre a condição de estar vivo, revivi muito
da construção da minha história pessoal e das escolhas que fiz em relação aos enfrentamentos
das dificuldades que se postaram diante de mim.
É desse infinito vivido que encaminhamos o que viveremos apoiados na experiência e nas
superações ou frustrações que, por vezes, nem trazemos à nossa consciência. Ou seja,
transitamos em nosso fazer levados pela vivência anterior, a projetar o ainda a fazer.
Assim, então, se deu a matutagem: viver depende do vivido, mas não é o vivido; viver
também não é o que ainda não está, portanto, não se vive o que ainda não aconteceu, aquilo
que estará no futuro. A partir daí, a palavra viver começou a me fazer sentido. Viver está no
entre o que eu vi e o que eu irei ver. Viver é o que vi e o a ver. Entre o vi e o ver está o nosso
viver.
Macarini, 29 setembro de 2020
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