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Experiência com o corpo: Os olhos

Experiência com o corpo: Os olhos

Duas esferas se apresentam bem ao alto das nossas faces nos dando colorido ao rosto. Não se apresentam arredondados, mas sim em forma de amêndoas sendo protegidas pelas pálpebras na sua parte superior e encaixado acimado da estrutura óssea do rosto.

Na minha imagem mental, os olhos estão amarrados por pequenos músculos que, estimulados pelos nervos e ainda instigados pelas informações luminosas, funcionam como rédeas a direcionar o centro da visão para focar o objeto desejado a trazê-lo, em luz, decifrando suas nuances. Imagino os músculos a colocarem as esferas em suspensão e a curiosidade a tomarem suas cordas pelas mãos. Costuma-se ouvir a vivacidade de uma criança pelo brilho e pelos movimentos acelerados à busca do entendimento do mundo à sua volta.

Suas cores são lindas! Muitos admiram os claros com seus tons acinzentados ou acastanhados suavemente. Outros invejam os olhos azuis ou esverdeados. Mas como não nos embasbacar com aquelas pequenas jabuticabas, destacadas no rosto das pessoas mais morenas, atraindo outros olhares. Todos têm beleza.

Alguns dizem que os olhos são as janelas da alma. Os mais sensíveis dizem poder conhecer as pessoas através dos olhos e seus olhares. Acredito muito nisso quando adornados pelo rosto a complementar as expressões de toda a face. Sendo assim os olhos são capazes de dizer. Em contraponto, ou melhor, ainda a seu favor, têm sua capacidade captadora de informação. Ou seja, os olhos dizem e informam sobre o que o seu entorno tem a estimulá-los.

O erigir humano mudou suas posições no rosto e permitiu que nós pudéssemos colocar nosso horizonte mais à diante e, com isso, acredito, que deu condições de pensarmos em futuro, pois com um virar de cabeça, alcançamos o que ficou para trás e as pegadas deixadas nos caminhos percorridos e, a um retornar de pescoço, vemos o ainda a encontrar. É interessante esta relação do à frente e do atrás, já que as informações luminosas nos adentram pelas janelas da frente, mas são decifradas pelo mais posterior do nosso cérebro. Sim, é como se a luz entrasse pelos olhos e iluminasse o fundo da nossa cabeça, no atrás do nosso cérebro.

Um dia, numa atividade de reconhecimento corporal, pude observar as estruturas de sustentação dos olhos. Estimulado pelos algodões apoiados suavemente sobre as pálpebras, consegui notar as amarras em alguns pontos das esferas. Era como uma rede a me sustentar num pequeno cochilo na varanda de uma casa de campo. O formato que se faz da rede pendurada nos pilares indicavam, a mim, o mesmo desenho dos olhos no rosto. E, ali, a descansarem, deitados em suaves balanços, meus olhos aquecidos pelos pequenos pedaços de algodão, flutuavam num leve e gostoso vai e vem. Foi ainda alimentado pela professora que pediu movimentos laterais como se o nariz fosse um lápis a rabiscar, de um lado a outro, uma linha imaginária. Foi aí que meus olhos desfrutaram de um movimento balanceado e seguro pelas pequenas cordas que os amparavam por todos os lados.

Assim são os olhos: lindas pérolas alinhadas e coordenadas a captarem luz e detalhes do mundo. São eles que dizem quem somos e como pensamos.

Macarini – junho 2018

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