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O primeiro ano de vida

O primeiro ano de vida

 

O filho nasce depois de uma longa e ansiosa espera. Por mais que os pais tenham se preparado, lido e buscado informações durante a gestação, é bastante comum que surjam dúvidas e inseguranças com a chegada do bebê.

O recém-nascido é completamente dependente dos cuidados maternos. Além dos cuidados básicos que garantem a sobrevivência do bebê, a atenção e o carinho são essenciais para o bom desenvolvimento cerebral, emocional e físico da criança. Como já dissemos antes, os primeiros meses de vida são determinantes para o desenvolvimento ao longo de toda a vida.

Além disso, esse primeiro ano é repleto de aprendizagens. Não raro ouvimos pessoas dizendo que as crianças pequenas não prestam atenção, mas isso não é verdade. Ouvi uma especialista dizer e concordo completamente, a verdade é que as crianças bem pequenas nunca param de prestar atenção.  Os bebês aprendem tudo a todo o momento, eles são ultrassensíveis a tudo o que acontece ao seu redor. Eles ficam integralmente ocupados tentando entender o mundo.

Nos primeiros meses de vida, a visão do bebê está em formação e apesar de distinguirem o vermelho, o amarelo, o verde, o azul e o cinza, eles dirigem seu olhar preferencialmente para as zonas de contraste entre o preto e branco. Quanto ao olfato, os bebês desde bem pequenos já diferenciam cheiros agradáveis e desagradáveis e têm maior sensibilidade ao cheiro da própria mãe.

Além do mais, desde os primeiros dias de vida, o recém-nascido já discrimina a voz humana em relação a outros sons. Por isso, conversar com o bebê nesses primeiros meses, ainda que a resposta seja só um olhar ou um ensaio de um sorriso, é fundamental para a segurança e a criação de vínculo das relações familiares que se estenderão ao longo de toda a vida.

Esse primeiro ano de vida do bebê também é marcado por diferentes reflexos, ou seja, é uma resposta a um estímulo, independente de aprendizagem. Vou dar um exemplo para ficar mais fácil: é comum que os bebês fechem as mãos quando colocamos o dedo em sua palma, mas isso é apenas um reflexo, ainda não quer dizer que eles já saibam segurar. Outro exemplo de atividade reflexa do bebê é a sucção.

Apesar de mexerem bastante as pernas e os braços, principalmente nos momentos de troca de fraldas e banho, os bebês recém-nascidos gostam de ficarem quietinhos, enroladinhos em mantas, no colo, aconchegados, pois isso traz segurança por lembrar a sensação de quando estavam no útero materno.

Durante o período inicial da vida, os bebês têm poucos recursos para interagirem e se comunicarem, assim, os resmungos e o choro são a forma que eles se utilizam para se expressarem e chamarem a nossa atenção para a fome, o sono e a excreção.

Depois de uns três ou quatro meses o bebê passa a dormir menos, apresenta sua musculatura mais firme e fica mais inquieto: quer se esticar, pegar os pés, coloca a mão na boca, acompanha sons e movimentos, tenta virar de bruços e ensaia ficar sentado. Após as necessidades básicas iniciais serem supridas é como se ele se sentisse apto a descobrir a si mesmo.  Seu cérebro está em trabalho intenso registrando as descobertas que o bebê faz de si mesmo, do seu corpo e das infinitas possibilidades que os sentidos oferecem. Brincadeiras, banho, massagem, músicas, histórias, movimentos, tudo é estímulo que a criança usa como alavanca para conhecer a si mesmo e o mundo.

Depois que o bebê aprende a sentar é sinal de que em breve ele começará a engatinhar. Locomover-se sozinha ainda que dentro de um espaço limitado é um fato marcante na vida da criança. Esta conquista é muito significativa na sua trajetória porque possibilita outras inúmeras experiências novas, que só são possíveis depois que a criança aprende a se mover sozinha.

Primeiro ano de vida, quantas descobertas! Para finalizar vou deixar registrado marcos de cada mês desse primeiro ano de vida que envolve muitos e complexos aprendizados. Lembrando que cada criança tem seu próprio ritmo e o que está sendo apresentado aqui são referências. Sendo assim é preciso que respeitemos e valorizemos o processo do desenvolvimento individual e específico de cada criança, sem comparações e pressões.

  • Bebê recém-nascido: a principal atividade é alimentar-se.
  • Bebê de um mês: acompanha um objeto em movimento e emite vários sons – aproveite para conversar com seu bebê!
  • Bebê de dois meses: dorme por períodos mais longos e dá os primeiros sorrisos de verdade.
  • Bebê de três meses: maior coordenação de pernas, braços e mãos.
  • Bebê de quatro meses: já se interessa por coisas que acontecem ao seu redor.
  • Bebê de cinco meses: repete suas descobertas diversas vezes.
  • Bebê de seis meses: aprende a rolar para a direita e para a esquerda.
  • Bebê de sete meses: segura alguns objetos com as mãos.
  • Bebê de oito meses: começa a se mover sozinho, seja se arrastando ou engatinhando.
  • Bebê de nove meses: fica de pé apoiando em objetos.
  • Bebê de dez meses: a personalidade começa a desabrochar.
  • Bebê de onze meses: primeiras palavras.
  • Bebê de doze meses: primeiros passos sozinhos.

Até logo!

Lívia Alonso Tagliari

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