Educação

Educação de avós

 Recentemente nasci avô! Antes da notícia de que o seria, vinham a vontade e a sensação de que nunca teria tal privilégio. Porém, quando veio o comunicado, que aliás foi muito carinhoso, deu-se início à expectativa e a clara lerdeza no tempo. Mas o dia chegou!

Vi em mim e na minha esposa uma qualidade que não sabíamos ter: os cuidados dela com o neto e com a nora, enquanto aprendiz de mãe, porém com todos os pré-requisitos para ser uma excelente criadora e nós, como calmos cuidadores interessados em ajudar nas primeiras necessidades de uma criança que acabara de chegar a nossa casa.

Agora, inversamente, o tempo passa rápido. A criança já está com um ano e três meses e tem uma esperteza como a de todas que nascem hoje em dia.

Eu o vejo todos os dias. Quer seja para pegá-lo na escolinha, quer seja para estar junto dele. Mas, na verdade, o que eu fico a pensar é sobre a educação das crianças que são distanciadas dos avós. Daquelas que não têm a oportunidade de receber uma atenção mais paciente como a dos avós.

Fico a pensar sobre as funções dos educadores e o papel de cada um. Pai e mãe têm papéis fundamentais na ação do educar, são eles quem dão as regras e “aparam arestas” e quem propõem a cultura, os valores primordiais da sociedade em que estão inseridos.

Porém, como professor que sou há muitos anos, vejo a necessidade, nesse processo de educação, de alguém que esteja  um pouco mais à distância, com olhar mais apurado pela vida e pela experiência. Noto também que em função do trabalho, necessário aos pais, os filhos ficam, por vezes, acompanhados por pessoas que não são da família, normalmente mais jovens e com a mesma pressa em relação à vida.

Comecei, portanto, a entender o valor dos avós na educação dos filhos dos filhos. Sim, foi isso que quis dizer: na educação dos netos! O tempo é a maior diferença nesse processo, pois nós, avós, também trabalhamos e temos muitos compromissos, mas nos entendemos melhor com esse tempo. Sabemos que a pressa só nos leva ao fim de forma acelerada, muitas vezes sem que se tenha saboreado o processo.

Sendo assim, imagino que as crianças que tenham proximidade com avós, quem sabe não sejam mais sabidas em relação ao aproveitar o tempo e os passos necessários a cada fase da vida? Penso que diminuiria a agitação desgastante para todos, inclusive para a criança. Portanto, avô e avó também têm seu papel – primordial – na ação de educar.

Márcio Campos Macarini

TALVEZ VOCÊ TAMBÉM GOSTE DE

4 Comentários

  • Responder
    Avatar
    Patricia Diz:

    novembro 21, 2024 at 12:16 am

    Adorei Maca… Agora que sou avó sinto exatamente isso… Desfrutar de um tempo mais elástico de quem não tem que dar conta do cotidiano apertado da vida que está ainda no começo…a experiência pode se apresentar de uma forma mais serena!
    Saudades de você querido!

    • Responder
      Avatar
      Macarini Diz:

      novembro 21, 2024 at 12:44 am

      Que bom que gostou do texto. Mas nada se compara à delícia de ser avó, né?
      Saudades de você também
      Um beijo.

    • Responder
      Avatar
      Macarini Diz:

      novembro 21, 2024 at 12:48 am

      Esse contexto familiar é fundamental na vida das crianças e, em outra via, na nossa também.
      Estou adorando escrever aqui e já enviei outro texto. Deverá ser publicado nesta semana.
      Obrigado pelo incentivo.
      Um Beijo.

  • Responder
    Avatar
    Maxa Diz:

    novembro 21, 2024 at 03:51 pm

    É isso sim Val! É um amor diferenciado, com presença plena no instante em que estão juntos.
    A relação ?e tempo é outra, mais alongada e menos cobradora.
    Enfim, é a sabedoria da experiência passada a quem tem urgência de querer saber.
    Espero que seja, bem em breve, avó número um também.

DEIXE UM COMENTÁRIO