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“ Como eu faço para meu filho dar valor às coisas?”

Hoje vamos falar sobre alguns aspectos do “valor das coisas”.

Uma pergunta frequente que recebo é :

 

“ Como eu faço para meu filho dar valor às coisas?”

 

Esta pergunta vem recheada de vários aspectos, muitos deles, individuais de cada família, muita incerteza sobre o caminho que está sendo trilhado e uma insegurança gigantesca sobre o futuro.

O primeiro ponto que precisamos observar é se a criança já possui maturidade emocional e cognitiva que possibilite a percepção do valor, do cuidado com as coisas.

A maioria das crianças até 4, 5 anos ainda não possui recursos para iniciar esta consciência, entretanto, os próximos parágrafos terão muita influência na construção deste valor.

O segundo ponto é prestarmos atenção nos exemplos que damos diariamente frente ao consumo e utilização das coisas. Como esponjinhas, nossos filhos absorvem com muito mais facilidade o que veem, do que o que ouvem. Um bom caminho é observar os nossos comportamentos, como usufruímos e cuidamos dos seus bens, e também, a nossa preocupação com a utilização e o desperdício dos bens, por exemplo de luz,  água e alimentos.  Ensine seu filho sobre a importância da preservação do meio ambiente, reciclagem e reaproveitamento dos bens. Tudo isso terá grande valia na construção de um conceito saudável sobre o valor das coisas.

O terceiro ponto é observarmos o quão fácil é para a criança ganhar as coisas que deseja.

Se ela ganha imediatamente tudo o que quer; se ela não precisa esperar para ganhar o que deseja e nem mesmo precisa escolher entre uma coisa ou outra, ficará muito mais difícil a sua compreensão sobre valor das coisas.

E aí, esbarramos naquele impasse : Dar tudo o que a criança quer não é bom e, o cenário contrário, negar todos os desejos delas é tão ruim quanto.

Como fazer isso de uma forma equilibrada, então?

É natural as crianças desejarem tudo o que veem pela frente. Elas são curiosas por natureza e querem viver cada minuto com toda intensidade possível.

Todos nós somos movidos por vontades e desejos. E cultivar este querer, este desejar as coisas de forma positiva e saudável será valioso para a sua vida adulta.

Precisamos acolher e incentivar a criança a querer coisas, a ter vontades que não devem e nem precisam ser atendidas SEMPRE e IMEDIATAMENTE.

 

Como podemos ACOLHER sem atender todos os desejos da criança ? 

 

Usando a criatividade : atendendo o desejo na imaginação, dando voz ao desejo e depois mudando o foco.  “Uau filho que delícia ! me fale mais…como seria? que cor ? Vamos combinar isso ! “ Como podemos realizar isso ? “

 

Usando o quadro de rotina para acolher um pedido fora de hora : ao invés de responder “Agora NÃO !”,  tente : “Nossa, também estou com vontade de tomar sorvete filha. Depois do jantar podemos tomar. Qual sabor você vai querer : uva ou limão ?”

Faça combinados antecipados e dê escolhas limitadas : falamos um pouco sobre isso no texto anterior : “ Filha, iremos a tal lugar e você poderá escolher 1 item. No final do passeio você poderá escolher entre 2 opções.”

 

Crie com seu filho o Caderninho dos Desejos :   escreva nele os desejos da criança e combine em quais ocasiões/datas ela será presenteada. Você pode conversar com a criança como este desejo pode ser alcançado, como ela pode colaborar e ir construindo o planejamento para realizá-lo.  Isso pode, inclusive, ser uma excelente oportunidade para um engajamento familiar em prol de atender um desejo maior da criança, evitando alguns desentendimentos familiares comuns.

 

Quando as crianças aprendem o valor das coisas, elas crescem mais conscientes em relação a essa questão e isso facilitará o seu entendimento sobre o valor do dinheiro e todas as demais questões que englobam decisões financeiras para se tornarem adultos financeiramente equilibrados.

Espero que tenha gostado.

Um grande abraço e até a próxima.

Lu Peron

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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