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A infância roubada.

A História da infância

É assustador pensar que ao longo dos tempos a infância foi tão aterrorizante. Faço aqui um breve resumo de como a criança era tratada pelos pais e pela sociedade em tempos atrás. Não vou me deter a colocar datas e lugares, como disse é um breve relato da infância roubada.

Tivemos um período em que a infância era totalmente ignorada. A criança sofria atrocidades, estupros, não tinham pudor algum. O tempo passou e pouco ou nada mudou, as crianças continuavam a serem  tratadas como mini adultos, tinham que trabalhar, e pesado, sem dó, e se não produziam o que era determinado sofriam castigos, torturas e palmatórias muito cruéis. A mortalidade infantil era assustadora, chegava a 30%  a cada 1000 crianças nascidas, isto até os cinco anos. Os bebês abaixo de dois anos, sofriam descaso assustador, tanto que não era aconselhável “perder tempo” em cuidar de bebês, pois eles não iriam viver muito, e mesmo porque, o pensamento daquela época era:  “Logo nasce outra”.

Era tão comum pensar que a criança não sobreviveria a sua infância, que muitas obras daquela época mostravam as crianças de mãos dadas com a “representação da morte”. Triste não é!

Outra situação normal era o abandono das crianças nas portas de comércio, conventos, e praças, sem precisar se identificar.

Para se ter uma ideia do descaso com a infância, se houvesse um naufrágio, por exemplo, salvava-se primeiro o homem, depois a mulher e por último as crianças.

Não faz tanto tempo assim que tudo isto aconteceu. Pois na época dos meus bisavós, a criança não tinha direito de sentar-se à mesa para comer, só os adultos tinham este direito e claro, o primeiro prato e o maior ou único pedaço de carne era para o pai, se assim ele poderia ser chamado.

Um pequeno prato era dado a criança, com que sobrava da alimentação da mesa e ela iria para um canto da cozinha, sentava-se no chão e lá ela fazia sua refeição.

Tenho uma história que li em uma das minhas  pesquisas que acho pertinente citar como exemplo. Em 1926, as crianças, em especial os meninos, trabalhavam como engraxate de sapatos nas praças públicas. E certa vez, um homem que teve seu sapato engraxado por um garotinho, se negou a pagar pelo serviço. O menino então ficou tão furioso que jogou tinta no tal homem. Sabe o que resultou? O pequeno garoto foi preso como adulto e estuprado por 20 homens na prisão. Chocados, não?

Mas graças a Deus, o tempo foi passando e lentamente as coisas começaram a mudar e a criança começa a ser enxergada como SER e ter um pouco mais de proteção e respeito.

Surge então 1946 a criação da UNICEF e da UNESCO, lembrando que foi a ONU que criou estas duas organizações. ( Você sabia que um dos primeiros diretores foi Piaget? Bom né! )

 

Segue algumas conquistas que tivemos ao longo dos anos:

1959 foi criada a Declaração dos direitos da criança.

1988 – Constituição federal – Brasil

1989 –Convenção dos direitos da criança -190 países assinaram

1990 –Estatuto da criança e do adolescente.

 

Outro grande avanço foi que a pedofilia começou a ser considerada como crime hediondo em 1990.

Todos estes documentos trouxeram um grande alívio e esperança para que a vida das crianças mudasse para melhor.

Hoje pelas forças de pessoas corajosas, influenciando em todo comportamento da sociedade, temos muito menos crianças morrendo, com perspectivas de viver cada vez mais, com mais cuidado, saúde e respeito.

Claro que ainda falta muito para que tenhamos uma “infância de verdade”, com boa alimentação, cuidado, saúde, educação e respeito de todos.

Bom, esse é uma breve resumo, de como através dos tempos a criança foi ganhando proteção e direito como um SER humano, depois de muitas dores, marcas e sofrimentos.

Minha pergunta é: será que trazemos ainda algumas marcas deste tempo, seja como filhos ou como Pais?

Val Pasini

 

Obs: As imagens, fotos e ilustrações utilizadas neste blog, estão disponíveis na internet, sem autoria definida. Se existe alguma delas de sua autoria e deseja que seja removida, favor nos avisar enviando um e-mail que prontamente será retirada do ar.

Abaixo uma imagem retirada da internet, retratando a morte precoce na  infância.

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