DOR EM MEMBROS BENIGNA EM PEDIATRIA

A dor em membros é uma das queixas mais comuns em pediatria.

É também conhecida como dor de crescimento, apesar de não ter sido comprovada relação com o processo de crescimento. Acomete crianças entre 6 e 13 anos de idade, podendo aparecer em crianças menores.

Apresenta características de  dor difusa, mais freqüentemente atrás dos joelhos ou nas panturrilhas, podendo acometer também a região anterior das pernas, que ocorre mais no final do dia. Com freqüência o seu aparecimento está relacionado com atividade física, ou seja, é comum a queixa de dor nos membros no final de um dia de muita brincadeira.

Na maioria das crianças a dor melhora espontaneamente ou com massagens e calor local. Raramente são necessários analgésicos por via oral. A dor em membros benigna não interfere com as atividades físicas rotineiras das crianças.

Sua causa é desconhecida, porém alguns fatores podem estar relacionados com a queixa de dor, como distúrbios do sono (sono não restaurador) e fatores emocionais. Muitas vezes a criança com dor em membros participa de diversas atividades extracurriculares como música, dança e esportes e às vezes são referidas pelos pais como sendo crianças perfeccionistas ou ansiosas.

No entanto, é importante estar alerta para alguns sinais, que podem mostrar que algo não está bem. Os sinais de alerta para a dor em membros são dor recente e sempre no mesmo local; alterações do estado geral como febre, perda de peso e falta de ânimo; alterações no (s) local (ais) da dor como inchaço e calor; rigidez na articulação onde há dor, principalmente pela manhã, que melhora após a criança movimentar-se.

Nesses casos, é importante a  avaliação pediátrica para afastar causas orgânicas, ou seja, doenças que possam estar se apresentando através da dor nos membros, como doenças reumatológicas, tumores ósseos e doenças ortopédicas. A avaliação através do exame físico e de exames complementares, se necessário, vai guiar o diagnóstico e a conduta adequada.

A pandemia trouxe a necessidade das crianças aumentarem seu tempo em frente às telas, seja para as atividades escolares ou para entretenimento. Posturas viciosas em frente ao computador, celular e vídeo games também podem estar relacionadas à essa queixa de dor.

Por Dra. Josie Pimental