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Escola e tecnologia

Escola e tecnologia
Educação e tecnologia sempre andaram pareadas, pois associar os domínios técnicos como um
método de aprimoramento e ampliação de recursos, na diversidade de vieses, são o grande
diferencial da espécie humana. Utilizar a precariedade, aos olhos da modernidade, para os
registros nas cavernas ou mesmo de peças arqueológicas, é tido como apropriação da tecnologia
no sentido da produção e evolução de ferramentas assim como esta máquina que hoje serve à
sociedade como meio de registros, comunicação e, no período pandêmico, fundamental no
processo de educação.
A tecnologia fascina crianças, jovens e adultos durante toda a história humana conhecida. Mas,
nos dias atuais, tem servido como um elo fundamental no ambiente escolar. Os sentidos e as
emoções circundam um espaço até então não percebido pela educação. A aprendizagem
acontece a partir dos sentidos, ou seja, das sensações recebidas pelo corpo aprimorando o tato
já lá na educação infantil, e a escuta e a visão com o avanço da idade. Mas os estudos colocam
a propriocepção como um sentido fundamental que, associado ao outros levam ao
autoconhecimento e a constituição de identidade.
A escola tem se utilizado de todos esses aspectos sensoriais e a tecnologia da telecomunicação
tem ajudado em todo o processo formativo e de aprendizagem dos nossos alunos. A tela do
computador ou do celular têm sido o ponto de encontro dos alunos. E isso faz do distanciamento
físico uma aproximação social. O psicólogo de urgências Márcio Gagliato, vinculado à
Organização Mundial da Saúde, em conversas com os alunos da Escola Granja Viana, nos disse
que as escolas são o ponto de referência para a reconstrução de uma sociedade em processos
de catástrofe como essa que estamos passando. A escola une.
Dessa forma, se tornou possível testemunhar uma criança do 1º Ano EF-I, emocionada, correndo
pela casa depois de perguntar para a professora se ele tinha lido, chamando a mãe para dizer:
“Mãe, corre ver, eu li isso!” apontando para a tela. Isso tudo diante de todos os seus colegas. E
mais, na proximidade também de sua própria família. Estes são elementos fundamentais da
autoestima.
Por outro lado, vê-se adolescentes felizes diante de atividades que exigem movimentos diante
das câmeras e compartilhamentos de trabalhos que, de alguma forma, aconteceram em grupos.
Muitas plataformas foram utilizadas pelos professores com sua capacidade e vontade de
aprender, com demonstração inventiva incomum, além da solidariedade já conhecida, nas
trocas de conhecimentos.
Sendo assim, a tecnologia como hoje é conhecida no ambiente escolar, ganhou celeremente um
espaço que vinha sendo discutido sobre as interações interpessoais e de recursos corporais. É
evidente que se deve ter o cuidado do excesso e das regras do seu uso, mas é um recurso
enorme de aprendizagem e de socialização, de aproximação com o conhecimento dos conceitos
e conteúdos escolares, assim como de fortalecimento de autoconceito e autoestima, ou seja, de
constituição do Ser em um grupo social.
Márcio Macarini
Orientador educacional
Escola Granja Viana

Artigo publicado na revista Circuito – Edição 246 – setembro 2020 – pagina 23.

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