Bom, cá estou eu novamente falando de afeto; confesso que amo fazer essa relação entre alimento e afeto. E, quando tudo isso começa? Com a amamentação! Ela é a responsável por nossas memórias afetivas vinculadas à alimentação! O primeiro alimento que recebemos o nosso querido leite materno, é coberto de amor e recheado de saúde.
A amamentação é repleta de mitos e verdades, e falarei aqui sobre os mais comentados.
Para começar, falarei uma frase que se repetirá em praticamente todos os meus momentos de fala com vocês: “a natureza é perfeita”! Sempre que tivermos alguma dúvida alimentar, vamos para a natureza que ela nos responde! Tudo que é natural, é o perfeito para nosso corpo. Não há formula nenhuma nesse mundo feita pelo homem que supere a perfeição dos alimentos criados pela natureza. Sempre de forma equilibrada, a natureza nos fornece aquilo que é o mais perfeito para nossa alimentação.
Pois bem… Dito isso… Voltemos ao leite…
Leite materno, a criação mais perfeita da natureza! Às vezes me questionam como é possível apenas um líquido ralo ser tudo o que um ser humano precisa no início da vida?
Oi? Líquido ralo? Ah!!! Pode até ser ralo, mas “a natureza é perfeita”! Lembram?
Nesse líquido tão precioso encontramos absolutamente todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê, nas quantidades e proporções exatas para sua saúde! Além disso, o leite materno passa fatores imunológicos da mãe para o filho, aumentando suas defesas contra possíveis doenças!
Há muitos estudos já comprovando que a criança amamentada exclusivamente com leite materno até os 6 meses de vida, tem menores riscos de desenvolver diversas doenças ao longo de toda a vida; será um adulto com melhor controle de fome e saciedade; terá menos oscilações de peso e, por fim, será um adulto muito mais feliz!
Mas… “E se o meu leite for fraco?”
Essa é uma angústia muito comum entre as mães e sabem o que respondo?
– “A natureza é perfeita!”
O corpo da mulher, quando ela está amamentando, prioriza o bebê, ou seja, todas as reservas de nutrientes da mãe servirão para compor o leite materno; a prioridade é o bebê, pois é o corpo mais frágil e em desenvolvimento. Portanto, caso a mãe seja mal nutrida, ela sentirá fisicamente os efeitos, porém o seu leite continuará super nutritivo para seu filho.
E, por falar nisso, mamães, a alimentação de vocês é extremamente importante nessa fase hein….
Além de garantir boa saúde para a mãe, a alimentação saudável nessa fase ajuda na recuperação do peso adquirido durante a gestação. Ah! A produção do leite materno gasta bastante energia, fazendo com que a mãe recupere o peso rapidinho! Mais um bom motivo para amamentar!
E será que a mãe pode comer feijão? Laranja? Limão? Refrigerante? Chocolate?
No geral, alguns alimentos têm influência na qualidade do leite sim! Se a mãe consumir excessos de açúcares, doces e gordura, o leite materno receberá esses componentes em maior quantidade do que deveria, podendo causar dificuldades de digestão no bebê; além de ganho de peso acima do recomendado.
Os produtos alimentícios ultra processados, aqueles com excesso de conservantes, corantes e outros aditivos químicos precisam de bastante restrição, pois, além de causarem problemas na digestão do bebê, podem causar alergias também! Lembrem, “a natureza é perfeita” a indústria não é e está muito longe disso! Quais são esses produtos? Sucos artificiais (qualquer um que não seja você extraindo em casa da própria fruta!), macarrão instantâneo, bolachas recheadas ou não, refrigerantes, doces em geral, chocolate, temperos artificiais, embutidos (linguiça, salsichas, presunto, mortadela, salame, etc…). Ah! Todas aquelas coisas prontas congeladas que me recuso a chamar de comida também estão no pacote da restrição!
Resumindo, tudo aquilo que você não imagina como foi feito, não coma! Pensem… O corpinho desse bebê está tão novinho, indefeso, frágil, começando a treinar seu trato digestivo… E você, de repente, coloca nele um produto químico! Não!!! Ele não sabe como lidar com isso!
Dos alimentos naturais, é importante observar a aceitação do bebê, alguns são mais sensíveis que outros, podendo ter mais cólicas com feijão ou outros alimentos formadores de gases (couve-flor, couve manteiga, repolho, pimentão, pepino, brócolis, cebola, rabanete, alho, nabo, batata doce, vagem, alho poro, ovo, lentilha, grão de bico, soja e ervilha). Mas, isso não é regra! Devemos testar a aceitação dos bebês. Em geral, a grande maioria dos bebês aceita sim esses alimentos, somente uma minoria mais sensível pode não aceitar; até porque a mamãe ameniza tudo isso com a sua digestão! A dica é a mamãe não comer mais de um desses alimentos na mesma refeição, para não formar uma bomba gasosa dentro de si!
Hehehe
E, por favor, não esqueçam que o momento a amamentação é o da refeição o bebê, portanto vamos respeitar esse momento, passando muito afeto pelo olhar e toque! Cuidando também em oferecer essa refeição da forma mais tranquila possível.
Outra questão que sempre gera dúvidas é sobre a quantidade de leite correta para o bebê.
Tranquilizo vocês de forma bem resumida: o ser humano nasce com a capacidade de controlar sua fome e saciedade; nascemos sabendo a hora de comer e de parar de comer, por isso, quando seu bebê estiver com fome ele irá pedir e quando estiver satisfeito irá parar de mamar! Lembrei de uma coisa agora: “a natureza é perfeita”!
Quanta coisa envolvida no ato da amamentação né? Pois é… Esse afeto que alimenta tem um universo contido nele e só precisamos respeitar aquilo que é natural, assim, tudo será só sucesso!
Tatiane Meirelles
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