A criança de 1 ano
Cooperar enquanto o vestem, andar com os bracinhos levantados buscando equilíbrio, segurar um copo, cantarolar, tentar usar a colher, dar gritos e gargalhadas, quantas são as conquistas das crianças de um ano! Esse período é marcado por aprendizados diários.
Aos 12 meses, o bebê consegue copiar os gestos dos familiares. Tal conquista é fundamental uma vez que é por meio da ação e da imitação que a criança aprende. Isto é, ela aprende e compreende o que está sendo imitado, e reproduz não somente o que vê, como também a conduta das pessoas a sua volta – seja ela positiva ou negativa.
Desse modo, tudo o que o adulto deseja que a criança aprenda, deve proporcionar que ela exercite muitas vezes até que tal ação seja interiorizada e ela passe a fazer de maneira mais autônoma. Ou seja, se você deseja que a criança dê tchau para as pessoas quando vai se despedir, é preciso mostrar como faz o tchau, dizer nos momentos de despedida “Dá tchau!”, lembrá-la e fazer junto muitas vezes até que a criança vai aprender que em toda despedida ela precisa fazer aquele gesto de tchau.
A memória está em pleno desenvolvimento e percebemos isso porque a criança tenta encontrar objetos que não estão em seu campo de visão. Além disso, nesse período a criança passa a apontar quando reconhece o objeto do qual se está falando.
Nessa fase, as crianças estão cada vez mais atentas às emoções que são expressas pelas outras pessoas e começam a observar o efeito de suas condutas no ambiente a sua volta. Também é esperado que elas comecem a demonstrar carinho e afeto pelos adultos mais próximos. No entanto, nesta fase o bebê não gosta de estranhos, nem de ficar longe da mãe e tampouco de lugares desconhecidos.
Outra característica das crianças de um ano é que quando os adultos tentam colocar limites e disciplina, elas podem começar a demonstrar sentimentos de raiva, contrariedade e frustração.
A capacidade comunicativa está em alta nesse período, pois a criança já produz sua primeira palavra, pede ajuda para o adulto, identifica objetos familiares nomeados pelos adultos, se mantem atento a conversas por mais tempo e compreende cerca de 50 palavras.
Movimentar-se é central para as crianças desse estágio. Elas já adquiriram uma postura mais ereta que lhes permitem caminhar sozinhas e preferem fazê-lo dessa forma a engatinhando. É importante que os pais proporcionem um espaço em que a criança possa estar segura para explorá-lo, pois por meio do movimento a criança conhece mais sobre si, suas possibilidades, seus limites e experimenta formas de se relacionar. A criança também se constitui a partir da relação que ela tem com o meio que a cerca. Portanto, quanto mais livres para se movimentarem e quanto mais puderem explorar os objetos a sua volta, mais oportunidades as crianças terão de construir novos conhecimentos e estabelecer relações com o mundo.
Por fim, deixarei dois quadros que sintetizam as características do desenvolvimento das crianças de um ano. Vale lembrar que cada criança tem seu percurso singular de desenvolvimento e o que trazemos aqui são apenas referências. É muito importante que respeitemos e valorizemos o processo singular de cada criança.
12 a 18 meses |
* Os bebês exploram seu ambiente, usando as pessoas com as quais têm maior apego como base segura.
* Mostram curiosidade e variam propositalmente suas ações para perceberem os resultados.
* Sobe degraus.
* Fica em pé sozinho.
* Caminha sozinho.
* Explora mais o ambiente, tocando em tudo com agilidade.
* Sobe em todos os lugares, espia todos os cantinhos de casa.
* Solta objetos grandes com cuidado.
* Aprende a usar as duas mãos juntas.
* Pede coisas apontando para os objetos. |
18 a 24 meses |
* A criança começa a internalizar as ações realizadas e passa a lembrar- se pessoas e coisas.
* A memória já está ativa.
* Desenvolve a capacidade de imitar pessoas e animais que não estão presentes.
* A motricidade aperfeiçoa-se e a criança já é capaz de correr e subir em obstáculos.
* Começa a querer ser independente e fazer tudo sozinha, mesmo que ainda não consiga.
* Começa a desenvolver empatia, ciúmes e embaraço. |
Até a próxima!
Lívia Alonso Tagliari
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