Mundo para os filhos!?
Um dia desses, daqueles preguiçosos em que estamos descansando, sem querer pensar em nada, me ocorreu a ideia deste texto. Minha esposa navegava na internet procurando uma receita e clicou no vídeo explicativo de tal iguaria. Por mero acaso, o comercial inicial era de uma instituição financeira entrevistando uma pessoa, a qual proferiu uma frase que me chamou a atenção: “O mundo está muito ruim para ter filho”. O dia de “pensar em nada” acabou naquele instante.
Não é a primeira vez que ouço este argumento para justificar a falta de vontade ou desinteresse em gerar e criar um descendente biológico ou adotivo, mas até que ponto o mundo está realmente ruim para influenciar tanto na decisão de ser ter filhos?
Evidentemente não estamos passando pelas melhores situações sociais e muito menos ambientais de nossa recente história na Terra, mas o que, individualmente, estamos fazendo com empenho para que este mundo seja melhor? Seja para a própria ou as futuras gerações, seja para as espécies que habitam nosso planeta.
Não tenho a pretensão nem propriedade suficiente para debater a fundo assuntos de cunho puramente social, como crises políticas, criminalidade etc., mas gostaria de refletir um pouco em como a Educação Ambiental pode ser útil na caminhada por um mundo mais digno, mais aconchegante e de possibilidades para nos aproximarmos de um ambiente saudável e pleno.
Para continuar a reflexão, trago uma definição de Educação Ambiental: processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Este é um dos caminhos que pode ser adotado para compreender um pouco mais sobre a dinâmica da natureza, buscando assim um meio ambiente mais preservado, conservado, equilibrado e de melhor qualidade.
Deixo claro que esbarramos, nesta definição, em um tema extremamente delicado e polêmico: sustentabilidade. Não é a ideia discutir sobre o mesmo, portanto, pensemos em Educação ambiental como um (entre outros) caminho na busca por uma coletividade com ferramentas suficientes para construir sociedades fortalecidas que consigam aprender com o passado, preservar o presente e possibilitar às próximas gerações um futuro sadio e digno para conseguirem desenvolver suas atividades plenamente.
Isso não é fácil, é um trabalho de formigas. Família, Escola, Cidadãos: todos devem estar envolvidos no propósito de entender seu papel como formador de opinião e caráter e, sendo assim, devemos sempre estar atentos ao que acontece ao nosso redor e em nossas atitudes. Não podemos cobrar do outro o que não fazemos.
A Educação ambiental é um caminho para este trabalho e desenvolvimento, pois busca interiorizar questões socioambientais da comunidade onde nos inserimos, visa nosso entendimento como parte atuante deste processo, busca reaproximar o ser humano de sua condição natural, a qual vem (ou vinha) se perdendo gradativamente. Não é uma crítica à evolução tecnológica que obtivemos enquanto espécie, mas sim como utilizar esta tecnologia em prol verdadeiro da educação, da formação de laços sociais sólidos, da busca pelo conhecimento do ambiente para torná-lo melhor e mais saudável à todos que neste habitam.
Não acredito que exista uma receita pronta a ser seguida neste processo, mas sim nos olharmos de maneira franca e entender como somos, o que gostamos, o que podemos oferecer, como podemos ajudar o próximo (de qualquer espécie) e lembrarmos que nossos filhos e as crianças em geral se espelham muito em nossas atitudes. Querendo ou não, somos modelos para eles. Qual é a mensagem que você quer passar à eles? Como você pode colaborar com o mundo para torná-lo melhor para seus filhos e netos?
Eduardo Macarini
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