O mundo é competitivo. É cooperativo também! Sendo assim, todos temos que fazer o melhor que podemos, sempre! Dessa forma, ganhamos nós e os que estão juntos a nós.
Entendo que a conduta de professor é, a todo instante, buscar que cada um faça o seu melhor. Que cada aluno tire, de si mesmo, a consciência e ações de como se levar adiante do lugar em que está, quer seja na condição de conhecimento do mundo que o rodeia, quer seja na possibilidade que tem de reconhecer a sabedoria que há no seu corpo e sua identidade.
A diversidade de características que há em cada indivíduo faz com que os resultados sejam muito diferentes, enquanto as pessoas que se experimentam na ação têm potenciais e enfrentamentos de superação distintos entre si. Sendo assim, em qualquer coisa que se faça os resultados nunca poderão ser os mesmos. Michel Phelps não nadou ao lado do chinês (paraolímpico), aquele que também nos trouxe espanto, e fez sucesso flutuando, sem os braços, como cobra sobre a água. Os dois foram admiráveis.
Ao ouvir pessoas cantando não tenho como compará-las quando cada uma solta sua voz da melhor forma que pode. Os meus ouvidos se adaptam mais a uma ou a outra, porém, para outros escutantes, a preferência pode ser diferente da minha.
Fui atleta e sou professor. Sei muito bem o que é conviver em competições com as pessoas querendo que você seja melhor do que os outros. Por algumas poucas vezes, tive a honra de saltar na mesma prova em que o João do Pulo vencera. Mas a vitória foi minha. Ele saltou mais longe do que eu, porém a glória por ter chegado à condição de participar ao lado de um astro histórico e recordista do atletismo mundial foi minha. Para ele foi simplesmente mais uma competição caseira em que voou mais longe do que os outros participantes.
Claro que quando assisto pela televisão uma corrida do Bolt, não me preocupo com a vitória dele, quero que ele supere a si próprio. É consigo mesmo que ele compete. Vai à busca de recordes e melhores resultados.
Seu corpo foi, num período, rechaçado para correr os 100m. Outra parte da genética insistiu na sua condição de velocista. Os concorrentes, coadjuvantes, o levam à frente, como se a pista de corrida fosse o próprio pódio: ele, ao centro, ladeado por corredores o elevando à condição de ídolo, como se estivessem, com seus braços, colocando-o num plano mais alto.
Com tudo o que venho dizendo quero mesmo é me posicionar em relação ao que se espera na escola e em casa. A escola e a casa não são lugares de competição. São ambientes de aprendizagem, de se sentir fortalecido, de ampliar os próprios recursos. Em escola, e na vida, por mais que insistam, não tem o melhor quando todos fazem tudo o que podem. Tem, sim, o que é diferente e, por isso, chegam a resultados diversos.
Quando corri 100m rasos o fiz como o Bolt. Meu melhor tempo: 10”8; o dele: 9”64. Mas no fundo, tanto eu quanto ele fizemos o que melhor podíamos. Nossos corpos, e recursos, são muito diferentes. Mas o tempo é tão relativo, passou tão rápido para mim quanto para ele, portanto, eu sou tão bom quanto o Usain Bolt.
Macarini 06-11-201
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